vulnerável

somos tão
vulneráveis.
tão frágeis.
tão pequeno
sou.

não importo-me
com caminhoneiros
grevistas
nem com políticos
vermelhos.

não importo-me
com vizinhos
nem com ambientes
tóxicos, que dão-me
a oportunidade
de fortalecer.

sob um sereno cinza
vespertino, aprecio
a face delgada
de um senhor mulato
empurrar seu carrinho
com papelões sujos
e gastos, e
percebo:

que não há
nem houve
ou haverá
desde a origem
até o fim dos dias
nada de tão mais
belo, verdadeiro
e triste
que isso.