fogos, fogos de arco-íris

arrebentação, fundições erguendo concreto
construtores de templos saudando jesus
quanta sensibilidade há no arco-íris de seus olhos
mergulhados em lágrimas mais vultosas
que oceanos de mel, rios de leite, sonhos

a beleza da arte em escaldar emoções
medusa amaldiçoada por poseidon
atena, por quê? por quê, atena?
veja o que fizestes com suas asas douradas!
veja! chore! por favor, chore, e…

conte-me seus sonhos
conte-me sua cor preferida
conte-me seus segredos
mais sombrios, conte-me
seus medos, medo
de não ser amada
azeite, namoros, amores…

claridades enjauladas pelo medo de exposição
escuridão aprisionando desejos
os significados cataclísmicos escondem-se
em breus, mas relâmpagos ecoam vigorosas
tempestades de luz de um zeus controverso

um filho da anarquia, curioso
sempre identifiquei-me ao personagem
entrega, fluxo, espaço e tempo
o que é tudo isso, afinal?

nunca vi olhos
mais sonhadores
que os seus
de cereja.

mãe, te amo
pai, perdão
pela minha miséria
abençoado seja
o espírito
universal
humano.

tripliquei a aposta
com cartas ruins
pensei estar falido
jogando com as cartas
que tenho. mas continuo
no jogo e,
em certos momentos,
sinto que talvez
possa vencer
mais essa última
rodada.