devia usar a escrita como processo de costura. igual costurar. interprete como quiser. pois com um teclado, uma tela em branco ou uma folha sulfite, mais meus pensamentos soltos canalizados pela ponta de meus dedos, mano, que é melhor que isso na vida? sei que há a questão do parágrafo, da letra maiúscula na primeira palavra de cada frase, e se esse texto avulso fosse um poema, devia pensar em como cortá-lo em versos e estrofes assim como cortam-se fininhas fatias de mussarela na padaria quando se é pedido. mas ah, dane-se. hoje o pedaço de queijo sai inteiro, sem divisões. sai daqui uma tela de um só verso. escrever é uma obra de arte. é como se estivesse pintando agora. é como se estivesse transando agora com minha namorada. é como se estivesse jogando bola, transpirando. ou saboreando uma porção de banana com granola e pasta de amendoim junto a um copo de café preto adoçado com melado de cana. é sobre isso. é por isso que escrevo.