as mesmas músicas continuam a tocar. as mesmas fugas tão deleitosas aos fins de semana para copos e doses e taças e garrafas. por que estão tão cansados? sempre, cansados? por que se sujeitam a essa monotonia suportável? por que acreditam tão facilmente nas lindas mentiras midiáticas? por que suportam tanto sem justificativas plausíveis? por que fingimos o que não somos? por que sou tão moralista, ainda? queria beber do cálice da serenidade e não me abateria nem mesmo com o medo do esquecimento. mas… sentiria esses impulsos tão desesperados? rabiscaria essas folhas tão brancas e vazias? preencheria esse vazio? os instintos estiveram reprimidos por um longo inverno. perdoe-me tê-la feito mal. minha revolta é a desmoralização e com essa escrita hei de conseguir. estou aqui para aceitar essa necessidade de evaporação. ouço belas músicas abstratas e elas dão-me esperança de seguir suportando e apreciando o suporte que está virando apreço. um processo de limpeza é o que isto representa. aceitação de todo esse material. aceitação de todas essas folhas preenchidas. aceitação de tudo que sai. e ainda assim, sou tão repetitivo tão rotineiro em minha bagunça bem organizada. captei os padrões de fuga. e hei de domá-los. hei de domá-los aqui.