Oi. Meu nome é Vinícius, e escrevo.
Escrevo por não conseguir evitar, pois se conseguisse, não escrevia. Escrevo pelo fato de escrever ser menos desconfortável que deixar de escrever. Escrevo para expandir os horizontes de minha consciência a fim de em sequência enclausurar a ideia de quem sou ou penso que seja. E, apesar de raramente haver prazer nessa relação egocêntrica disfarçada de autoconhecimento, persisto.
Persisto pela perspicaz tentativa de deixar vestígios de minha banal existência pelo caminho, pois percebo a beleza da vida e de seu ciclo, e a admiro e a respeito por isso, mesmo que sinta em meu íntimo que ao final dela não haja nada além de vento e, portanto, temos assim o direito nato de ao menos tentarmos apreciá-la com o mínimo de restrições que em geral somos nós mesmos que colocamos.
Nesse sentido, escrever é para mim como um contra-ataque de um time de futebol amador que perde de goleada para outro de maior envergadura no estádio de seu adversário, e que mesmo ciente da derrota iminente, até o apito final insiste em tentar penetrar ao menos uma vez a rede adversária. Cada frase é um passe. Cada parágrafo, um cruzamento. Poema, drible. Capítulo, ataque. Livro, gol – na melhor das ocasiões, um gol pró, e não contra.
Seguindo essa linha de raciocínio, conto três livros publicados: “Carmelina” é um romance de qualidade questionável; “Do fundo do poço do meu coração” e “Sacudi o varal e caíram três pregadores” são duas coletâneas compostas de poemas que poderiam ser classificados como memoráveis, bons, ruins e “meu Deus, o que é isso?” que decidi incluir mesmo assim.
Atualmente, quando não estou trabalhando para pagar minhas contas, ou em transe existencialista divagando sobre algo inútil e infrutífero, bebendo ou não nessas horas para relaxar, invisto parte de minha energia do tempo livre em novos três: “Não sei de nada. Vou voltar a beber. E dormir” é uma coletânea de ensaios poéticos desprovidos de beleza estética; “Sala treze e outros contos”, um livro com alguns contos adoráveis e outros nem tanto; e “Veridiana”, um romance que ainda não sei como catalogar.
Ao contrário dos três primeiros que segui o formato de publicação independente, para esses últimos, pretendo prosseguir com o lento processo de submissão a editoras. Ou não, e talvez volte atrás no caminho. Não sei. A estimativa particular de publicação destes novos para os ansiosos leitores que me acompanham – tire a derivada de 4.357 e descobrirá quantos são – é para meados de 2025. Ou talvez 2026. 2027? Também não sei.
Sobre o que escrevo e como escrevo, meus textos percorrem o gênero literário do realismo, realismo sujo e surrealismo, e a temática gira em torno do existencialismo, natureza humana e psicanálise. Sobre influências literárias, minhas principais são: Charles Bukowski, pela linguagem coloquial, espontânea e despojada; Henry Miller, pelo ritmo poético de suas frases e parágrafos; e Machado de Assis, pela simplicidade crua e sarcástica de sua escrita. E, de livro preferido, fico com o romance “Frankenstein” de Mary Shelley.
Assim sendo, depois de ter lido toda essa baboseira acima ou de ter logo avançado para este fim de página sem perder tempo com a seção “sobre” de um escritor escrevendo sobre si mesmo, caso queira conhecer o meu trabalho de gosto duvidoso¹, acesse um ou mais de meus livros via <vinicius-silva.com/livros>.
Agradecido.
¹Habitual atributo usado pelo Jornal Relevo para definir a qualidade de seu conteúdo – fator este pelo qual assino em baixo; literalmente até, pois sou assinante do jornal.
29 de novembro de 2023